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V​/​A SANGUE PRETO - NOSSA LUTA CONTRA O RACISMO

by Sangue Preto

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Punkzilla!
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Punkzilla! Iniciativa linda demais e extremamente necessaria nos tempos atuais Favorite track: Destrua o Racismo.
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1.
Durante muito tempo fomos reduzides à escravidão, mas a ancestralidade tem nos guiado no caminho da luta. Mesmo de forma inconsciente, sempre fizemos política nesse país. Nossa cor é política; nosso corpo é político; nossa música sempre foi política; Colocamos nossas necessidades individuais em segundo plano em favor da luta de resistência coletiva contra o racismo; e muitas vezes, nesse processo, esquecemos que precisamos cuidar da nossa saúde mental; dos nossos corpos e nossos afetos. Por isso, não vamos educar a branquitude e ficar advogando sobre nossa própria existência o tempo todo. Recusamos esse papel que tem sido imposto a nós, porque, no fim das contas, essa é apenas mais uma forma que encontraram de nos colocar para servir. Há tempos que dizemos sobre nossas dores e crenças; Há tempos que nosso sangue escorre pelas ruas; Há tempos que as mães pretas choram a perda de suas crianças; "Se eu tô gritando há tanto tempo, por que só agora você me escuta?"
2.
É o sangue negro que escorre sempre É o corpo negro encarcerado sempre É o jovem negro na mira da PM sempre É o povo preto que sofre sempre Seu privilégio sustenta essa porra toda Sua indiferença sustenta essa porra toda Sua branquitude financia essa porra toda Sempre, sempre. Sempre, desde sempre É por Luana Barbosa, Cláudia da Silva, Rafael Braga, Verônica Bolina E todos os presos políticos e pretos executados pelo Estado que resistiremos sempre Seu privilégio sustenta essa porra toda Sua indiferença sustenta essa porra toda Sua branquitude financia essa porra toda Sempre, sempre. Sempre, desde sempre “A paz é muito branca A paz é pálida A paz precisa de sangue Já disse, não queroNão vou a nenhum passeioNenhuma passeata Nao saio, não movo uma palha Nem morta Nem que a paz venha aqui Bater na minha porta Eu não abro, eu não deixo entrar A PAZ ESTÁ PROIBIDA”
3.
Quando não há saída E o Fascismo é instalado A polícia perseguindo e o pobre é odiado Organizar a resistência para o estado derrubar Quando não há saída a saída é lutar! Agora é hora, não temos opção O dia já chegou, bem vindos a Revolução.. Violando os direitos do povo esquecido Enquanto isso na favela mais um jovem é agredido O livre pensamento que agora é proibido Será a grande arma do povo oprimido Agora é hora, não temos opção O dia já chegou, bem vindos a Revolução.
4.
Sujo caminho entorpecido Desolação em ruas escuras e sujas Vejo o medo nos olhos proibidos, Íntimos da morte à procura! A velha senhora sem piedade Entre sombras vivendo a espreitar Em segredos assoprando as velas De meus desejos a enterrar Sangrando em pé e sem fé Nunca serei o que você quer Desconstrução nos tornam armados, Perigo real para o estado Flores e velórios coletivos, Cães de guarda caçando os excluídos. Dentes rangendo por violência, Bombas contra nossa desobediência! Refrão: Existimos, resistimos Nossa bandeira é negra Existimos, resistimos À opressão de suas regras
5.
Polícia assassina Polícia assassina Polícia assassina Polícia assassina Polícia assassina Polícia assassina Deixa estar, deixa estar Deixa estar, rolar Deixa estar, deixa estar Deixa estar, rolar Polícia assassina Polícia assassina Polícia assassina
6.
Não conhece, Não foi oprimido Nunca viveu e nem sabe a razão Eu nunca vi na capa do ki-suco, eu nunca vi na boa intenção. Esse naipe não me engana mais Fez na terra aqui pagará, vai descansar amanhã é outro dia, vai refletir e parar pra pensar. Paz, hoje tá cara demais E isso não satisfaz, eles querem poder, eles querem armas. Paz, a playboyzada quer paz, e no gueto explode, eles querem poder, eles querem armas Não, nosso apoio não tem Ele querem poder, eles querem armas, não Atento a tudo, todos a postos, o povo corre em uma direção, madrugada labuta diária, sobreviver é a intenção E na piscina cheia de ratos, a paz tá morta boiando no rio, menino novo o mal já conhece, tá estudando ou tá de fuzil.
7.
Farsa orquestrada Democracias manipuladas e usurpadas. Estado inconsciente É tempo de despertar Insurgência e rebelião! Abutres querem sangue Militares sempre a postos à repressão Estado inconsciente É tempo de despertar Insurgência e rebelião! Destruir a máquina sanguinária de exploração! Armas carregadas empunhadas para a revolução!
8.
Vão matar, vão derrubar nosso povo todos os dias. Viver na mira, morrer na trilha de sangue nas ruas. Armas apontadas, sua cabeça está a prêmio, extermínio de gente preta pagando o preço do cativeiro. Eles não vão te perguntar quem você é ou da onde veio, não vai dar tempo de te perdoar ou de saber o que você nem fez.
9.
Esteja preparado A participação é imprescindível fortificar e encorajar mais amparos pelas bases Seu corpo, sua máquina "prepare-se" resistência física para ir a campo Corações incendiários! Perigo está próximo Ainda que pareça o fim Construir o progresso pode ser uma longa jornada, Mas a liberdade sempre será o melhor ar que existe. Conceitos de organização
10.
Hayz - Pax 02:00
Tanto faz quem já não conseguimos ser Importa que não haverá negociação jamais Nenhuma a menos É a condição Parece tão vazio e hoje eu nem saí de casa Preciso me armar pra poder seguir E nisso não estamos sós Eu e você Uma cabeça por dia, hasteada em praça pública Essa seria a bandeira o princípio e o fim Nenhuma a menos É a condição Nem todo o ódio bastaria É doloroso existir Não vão saber
11.
Capitalismo é um Lixo Se sua opinião é baseada em algoritmo… tome cuidado Capitalismo é um Lixo Patriarcado é um Lixo Gente racista é um Lixo Capitalismo é um Lixo Homofobia é um Lixo Gente fascista é um Lixo Lixo Lixo Lixo
12.
(Letra da música Capítulo 4, Versículo 3 do Racionais) 60% dos jovens de periferia sem antecedentes criminais já sofreram violência policial A cada 4 pessoas mortas pela polícia, 3 são negras Nas universidades brasileiras apenas 2% dos alunos são negros A cada 4 horas, um jovem negro morre violentamente no Brasil Mais uma noite nas perifas de Belém Um policial morto, você tem que pagar também! Jovem, negro, de periferia Essa noite vai ser tua sina! Policial miliciano mata todo dia Mas se um morre você paga com sua vida! Refrão (4x) Lembrai, lembrai o 5 de Novembro Sangue no asfalto, gritos e lamentos Lembrai, lembrai o morador de periferia Isso condena, isso recrimina! Desespero, ódio, terror e toque de recolher Na perifa a gente vê Mas isso não é novidade Cadê a nossa liberdade? Policial miliciano mata todo dia Mas se um morre você paga com sua vida! Refrão (4x) Lembrai, lembrai o 5 de Novembro Sangue no asfalto, gritos e lamentos Lembrai, lembrai o morador de periferia Isso condena, isso recrimina!
13.
Mais e mais drogas Pra me deixarem bem Acusado de um crime Em que me vi refém Mais crack, pânico, polícia Intimidação Nada me salva agora Viver com medo é minha lição Eu estou fora de mim! Eu estou fora de mim! Esse é o tipo de vida que eu temo Agora eu durmo com uma arma na mão Eu só quero me defender Eu não quero essa prisão, eu não quero essa prisão Mas pode crer Eles virão, eu sei Porque ninguém foge da lei Eles são pagos pra te proteger de mim Nem dá... pro inferno eu vou. Porque estou fora de mim.
14.
E POR TODAS AS COISAS QUE VOCÊ DEIXOU PASSAR E POR TODAS AS COISAS QUE VOCÊ !! AINDA TENHO EM MINHAS MÃOS MANCHAS DE SANGUE O TIRO FOI ERRADO INFELIZMENTE FATAL AINDA TENHO O DESPREVILEGIO DE VER NA TV QUE ISSO SÃO COISAS QUE PODEM ACONTECER MAS A BALA PERDIDA SEMPRE TEM A MESMA DIREÇÃO SÓ ACERTA POBRES E NEGROS LÁGRIMAS ESCORREM DOS PARENTES QUE FICAM DOR E REVOLTA E O SENTIMENTO DE IMPOTÊNCIA FICAM LEMBRANÇAS DOS POUCOS DIAS FELIZES E UM VAZIO ETERNAMENTE NA MENTE MAS A BALA PERDIDA SEMPRE TEM A MESMA DIREÇÃO SÓ ACERTA POBRES E NEGROS. E POR TODAS AS COISAS QUE VOCÊ DEIXOU PASSAR E POR TODAS AS COISAS QUE VOCÊ IGNOROU E POR TODAS AS COISAS QUE VOCÊ DEIXOU PASSAR E POR TODAS AS COISAS SÓ ACERTA POBRES !!!!
15.
Sirene nas ruas Inimigos armados Ameaça constante De sangue derramado Gritos de dor De um inocente Vidas ceifadas, frequentemente... Não operação, É execução, É extermínio, É invasão...
16.
Obra desumana, solução final, está por avançar, uma mente insana por um ideal de prender e matar! Esses grupos de extermínio retratando esse domínio, uma ferida que nunca vai curar! Ódio, intolerância, crime racial, são seres a morrer, cárcere e matança, força estatal em nome do poder! Esses vales assombrosos bem diante dos meus olhos, essas vidas que nunca vão voltar... Eu vejo só destroços sobre esse mar de ossos! O cheiro invade o ar e não posso mais suportar! VOU SUFOCAR! Esse passado de medo, traz pesadelos! Essa memória manchada, fúria encravada! Guerra de Estado é seu ismo, anti-humanismo! Um pensamento odioso, atos de nojo! NOJO! NOJO!
17.
Ouço, leio, várias notícias. A criminalidade da porra da polícia. Uma raça podre sanguinária e genocidas. Se anda na madrugada, cuidado com sua vida. Muitos mals instruídos, outros louco pra faturar. De tantas atrocidades, podem até te matar. Pela madrugada, ratoeira apagada. Com a matraca engatilhada aponta pra sua cara. Cadê o pó? Cadê o baseado? Dá a droga que você tem. Vai seu desgraçado.
18.
Luta popular numa só direção Um grande sonho além da visão O que se vê ainda é só ilusão Hipocrisia no país da exclusão Povo nutrido de alienação Implorando um mísero quinhão Vida periférica na mira assassina De uma ideologia que só discrimina Não sangramos em vão Por um mesmo chão Feche a sua mão Por revolução Condição primitiva Egoísmo se globalizou Genocídio eugenista Desde sempre nos dizimou Não sangramos em vão Por um mesmo chão Feche a sua mão Por revolução Vão - roubar sua alma Esmagar seu brio Matar seu orgulho Eles - planejaram tudo Pra você perder tudo o que puder
19.
Covardia patrocinada e exaltada sem temores Destilação de veneno de todas as formas possíveis É real nada de ficção dedo na ferida em carne viva É pra olhar sem fechar os olhos E escolher qual o seu lugar Isso te assusta? Reconstrução O sangue derramado não será esquecido Cicatrizes jamais apagadas de todo medo Sinta o peso! Dessa luta que alimenta a alma Ecoam vozes e cabeças para cima Fogo nos racistas!
20.
Nossas vidas, realidade Desde sempre corrompida Imposta por padrões morais e mentiras introduzidas Nas pessoas Cotidiano, Selecionado Para não ter sentido não é necessário RESISTIR NUNCA RETROCEDER RESISTIR NUNCA RETROCEDER RESISTIR NUNCA RETROCEDER Nossos corpos não são os mesmos Somos guiados da mesma cova Trabalho escravo, Conformado Alienação, IMENSURÁVEL Degradação, Seletiva Arquitetado para que não resista A ordem das coisas é estabelecida Para destruir você, robotizar sua vida! RESISTIR NUNCA RETROCEDER RESISTIR NUNCA RETROCEDER RESISTIR NUNCA RETROCEDER No caminho do trabalho, na ida e volta da sua vida, os slides que você vê não são em vão, tudo é selecionado para que você se conforme e sinta esse cansaço ao lado de milhões de operários, inquietos, mas adestrados para não realizar o feito mais nocivo aos patrões, a resistência!
21.
Its been a few months since nineteen black young people died. Murdered by cops on São Paulo’s suburbs with no aparent reason... No answers were given. As usual. We treated it as coincidence. As usual. They weren’t involved in criminal activities. Investigations were inconclusive. A seletive attention according to the place they lived. And the color of their skin. No answers were given. As usual. We treated it as coincidence. As usual. It happened faar from us. So it’s not our fault! No answers were given. As usual. We treated it as coincidence. As usual. 19 Já fazem alguns meses que dezenove jovens negros morreram. Assassinados por policiais nos subúrbios de São Paulo, sem motivo aparente. Nenhuma resposta foi dada. Como de costume. Nós tratamos isto como uma coincidência. Como de costume. Eles não estavam envolvidos em atividades criminosas. As investigações foram inconclusivas. Uma atenção seletiva, de acordo com o lugar em que eles viviam. E a cor da sua pele. Nenhuma resposta foi dada. Como de costume. Nós tratamos isto como uma coincidência. Como de costume. Aconteceu longe de nós. Então não é problema nosso! Nenhuma resposta foi dada. Como de costume. Nós tratamos isto como uma coincidência. Como de costume.
22.
My heart still beats. It still hurts There will never be a last time I'm tired of thinking it would be different if I had given more When I'm crying on my knees I don't need anyone telling me That I should be trying harder than I've already tried This anguish always seeks me I just can't find any meaning to keep moving on Though I cover my feelings up I'm terrified... And I feel fine It's paradoxical It seems I'm about to sabotage myself again When a cold wind blows through my bones I can try not to let it in But the fact is that affects me I doubt the lights when I sense the dark Calm does not last very long I just don't know how or if I'll ever fix it But I will find an answer To break paradigms I wish I could dive in a complex inner world I'm not allowed to fit in There's nothing wrong with dropping my hands And saying you're not willing to go this far Your silence shouts out loud what I feared most to hear I'm fancying things way beyond my perspective Do you believe it's over What if we just start over? As the cold wind blow through our bones Let the cold wind blow through our bones
23.
We're gonna instigate a mess at the metro Then you will know our name Do you know another way It seems to be the natural way And I knew what do you think Why, why do I need to know?
24.
Nas ruas Você não vê A besta caminhar A tantas coisas a temer Nada são flores Não vou mais deixar por me enganar Do medo me esconder Eu não vou mais deixar por me enganar Do medo medo me esconder Se o teu sangue é como o meu! Porque armas apontar? Se o teu sangue é como o meu! De que lado você está? Se o teu fardo é cinzar E eu sou um patético civil Vomitando em certas regras estatais E então eu vejo uma lebre em inclinação a impunidade O seu dever era me proteger Mas só que agora eu tenho medo de você Se o teu sangue é como o meu! Porque armas apontar? Se o teu sangue é como o meu! De que lado você está?
25.
Destrua o racismo Quebre o racismo 4x Aniquile o racismo Esmague o racismo Racismo Fascismo 4x Nazismo Não!!!

about

A coletânea "Sangue Preto – Nossa Luta Contra o Racismo" é um projeto coletivo entre bandas, artistas, fotógrafos, selos independentes e pessoas envolvidas no meio hardcore punk, unidas na proposta de passar uma mensagem reflexiva sobre questões raciais, violência policial, homofobia e desigualdades sociais.

Diante deste momento histórico desastroso, em que os problemas da sociedade contemporânea se personificam cada vez mais, não podemos nos calar: o genocídio do povo preto e a ascensão do fascismo no Brasil e no mundo precisam ser denunciados das mais diversas formas.

Inicialmente, para ilustrar a capa da coletânea, pensamos em usar a icônica imagem da delegacia em chamas na cidade de Minneapolis nos EUA. Porém, queríamos um fato da nossa realidade, do nosso país, algo nosso!

Assim, de forma coletiva, chegamos ao resultado da capa contendo rostos de personalidades brasileiras históricas da luta contra o racismo, inspirado no quadro "Operários" de Tarsila de Amaral.

Em referência à imagem da delegacia em chamas, fica uma boa reflexão da Natália Matos, vocalista da banda Punho de Mahin: “Uma das imagens mais importantes do ano de 2020 e com muitos significados. A revolta precisa insurgir e emanar entre nossos povos. A estrutura racista é cruel conosco, e não podemos mais nos calar diante da naturalização desses atos criminosos com o povo preto, indígena, lgbt, pobres e com o meio ambiente, enfim. É um ano difícil para o mundo. Agora, imagine para quem tem minoria de direitos?!? E se no Brasil fosse queimada uma delegacia a cada preto que a polícia mata?”

Vale ressaltar que a coletânea só foi possível devido ao empenho e dedicação de cada pessoa envolvida no projeto que - com muita conversa, disposição, amor e indignação - puderam doar seus tempos, seus trabalhos e suas artes.

Pessoas que, como você, estão revoltadas e indignadas com toda a iniquidade, com todo racismo estrutural, com toda a forma opressiva de que a polícia se utiliza dia após dia, e que tem o objetivo único de lutar por uma sociedade melhor, mais digna, mais inclusiva.

Esse é o nosso projeto.
Esse é o nosso coletivo.
Essa é a nossa arte.
Essa é a nossa música.
Essa é a nossa coletânea.
Essa é a nossa luta!

credits

released August 12, 2020

Encarte gráfico online: issuu.com/sanguepreto/docs/encarte_completo

Encarte gráfico para download:
www.caustic.com.br/sangue_preto_encarte_completo.pdf

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Projeto em parceria com bandas, artistas, fotografos e selos independentes com a proposta de combate ao racismo na sociedade em que vivemos.

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